Fundado em 7 de setembro de 1922, ano em que o Brasil comemorava o centenário de sua independência política, o Independência Futebol Clube recebeu desde os primeiros anos de sua existência o cognome de Tibério.
Conta-se que passava no cinema local um seriado francês denominado “O Forçado 3.213”. Nele se destacava a figura heroica de um ferreiro, de nome Tibério. Este era valente, destemido e respeitado por sua autoridade firmeza de decisões. Calcula-se que os fundadores do Independência quiseram identificar o clube com o destemor e a coragem do ferreiro ao apelidá-lo como Tibério.
Foi motivo de gozação um fato acontecido nos primeiros anos de fundação do clube esportivo. Na estação da Estrada de Ferro Leopoldina encontravam-se alguns fundadores e jogadores do Independência Futebol Clube, quando da passagem de uma composição ferroviária de passageiros. Em uma das classes, havia um cidadão com uma característica marcante do ferreiro do filme, isto é, uma respeitável barba que lhe descia até o peito. Depois de alguns cochichos entre a turma do Independência, Eduardo Castañon, no momento em que o trem partia, aproximou-se do cidadão, segurou-lhe firmemente as longas barbas e falou: “Ah! Velho Tibério!” Em face da reação do homem, partiu em desabalada carreira, fugindo de reprimenda dos responsáveis pela ferrovia. O fato provocou boas gargalhadas e ajudou firmar o apelido Tibério que, bem mais tarde, foi inserido nos estatutos da agremiação esportiva.
É forçoso reconhecer que, não apenas em Guarani mas na região circunvizinha, o inusitada apelido (Tibério) é muito mais conhecido do que o imponente nome (Independência Futebol Clube).
O Tibério possui uma área de 36.800 metros quadrados onde está situado o seu estádio que se denomina Carlos Otaviano Dias. É filiado à Federação Mineira de Futebol e à Liga Rionovense de Desportos. As cores que o identificam são o preto e o branco.
Foram fundadores do Tibério: Eduardo Castañon, Carlos Otaviano Dias, Antônio Euzinari, Isaías Barbosa de Nazaré, Joel Barbosa de Nazaré, Agenor Carvalho, Astério de Oliveira, Joaquim de Oliveira Filho, Oscar Gouveia de Magalhães, Adhemar de Abreu, João Monteiro, José Alves da Silveira, Antônio Castañon Filho, Raimundo Xavier Vieira, Manuel Castañon, Nilo Vieira de Abreu, Nélson da Silva Beire, Antônio da Silva Beire, Décio Vieira de Abreu, José Alvarez, Ulisses Sérgio Ferreira e José Ananias de Souza.
Foram presidentes do clube: Eduardo Castañon, João Monteiro, Antônio Castañon Filho, Carlos Otaviano Dias, Oscar Gouvêa Magalhães, Joaquim Luís Simões, Mário Simões, Ladislau Pereira de Sousa, Guerino Antônio Baesso, Antônio Buzinari, José Carvalho Ornellas, Floriano Peixoto de Toledo, Sydon Clévio Dias Carvalho, Alfredo Bonifácio do Carmo, Sebastião Furtado de Toledo, Geraldo Procópio de Oliveira, Joaquim Vieira de Barros, José Flávio Baesso, Ataliba Áglio, Darcir Rocha Campos, João Liziero, José Toledo Neves, Renato Furtado Toledo, José Pereira de Almeida, Sebastião Vieira Henriques.
Nos anos de 1994 a 1996 foram grandes incentivadores do clube: José Antônio Ladeira, Mílton Luís dos Reis, Sebastião Natalino de Lima, Renato Furtado Toledo, Sebastião Tosato de Sousa e José Toledo Neves.
Centenas de jogadores e dezenas de troféus constituem a glória do Tibério que participou de inúmeros torneios e campeonatos oficiais.
O Independência Futebol Clube, durante sua trajetória, promoveu incontáveis atividades de cunho social com o objetivo de angariar recursos para manutenção de sua principal atividade que é a prática do futebol.
Sofreu alguns períodos de paralisação por motivos diversos, inclusive na época em que seu campo foi cedido para a construção de um hospital e recebeu, em troca, outro terreno, também no bairro do Sossego, para a organização de um novo estádio.
No ano da nossa de nossa pesquisa (1996) o Tibério foi o campeão da Liga Rionovense de Desportos. Assim, o Independência Futebol Clube, o nosso popular Tibério, vem rompendo o tempo e cumprindo a missão de difundir o civismo e a cultura física, principalmente através do futebol, trazendo a seus adeptos alegrias e esperança e ajudando a elevar o nome de Guarani.
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Trecho do Livro: Guarani Terra querida
Autora: Maria Aparecida Gaudereto de Abreu
Editora: O Lutador
Registro do período de 1921 a 1996
Publicado em 1998, em Belo Horizonte